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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Sepultura do Brasil na Bahia de todos os santos!


CATARSE NA CONCHA ACÚSTICA

Incrível imaginar que eu iria ver a estréia do Sepultura em nova turnê mundial na cidade de Salvador. Parece mesmo algo meio atípico em meio a tantas festas de afoxé e ensaios para o carnaval que tomam conta da programação cultural da capital baiana.

Mas eu estava lá, e incrivelmente a banda mandou muito bem, como já é de praxe.

Se é certa a tradição que diz que começar uma turnê pela Bahia dá sorte, graças as bênçãos dos orixás, o Sepultura está mais do que bem encaminhado, após abrir seu giro mundial de divulgação do CD A-Lex anteontem, na Concha Acústica do TCA.

Apesar do público razoavelvelmente reduzido (1,6 mil, num lugar que cabem 5 mil), o Sepultura não decepcionou seus fãs, fazendo um show catártico e ensurdecedor. A banda subiu ao palco da Concha pouco depois das 20 horas, sob uma intensa iluminação vermelha e destilando com féu as novas músicas.

Mas nem só de músicas novas foi feito o show do Sepultura. Refuse / Resist, clássico do álbum Chaos A.D. (1993), foi a quarta de um set list bem equilibrado, que mesclou os hits da primeira fase da banda, com o ex-vocalista Max Cavallera, e músicas dos discos com seu substituto, o gigantesco americano Derrick Green.

Este último, muito simpático, se apresentou da seguinte maneira ao público: “Oi! Eu sou Derrick Green! Eu sou americano e falo português pra caralho!“. A Concha quase foi abaixo.

O guitarrista Andreas Kisser, que se apresentou ora com uma Fender Stratocaster, ora com a classica Jackson Charvel Flying V que o acompanha desde a turnê do Arise, agitou a cabeleira e esmerilhou suas cordas com a competência de sempre, enquanto o baixista Paulo Jr. se manteve no seu estilo discreto e pacato.

(Ainda sobre Kisser: se muitos guitarristas se notabilizaram por saberem fazer a guitarra chorar, simulando dor e tristeza, Kisser tem uma incrível habilidade para faze-la gritar como se estivesse sendo estuprada por vinte demônios super-dotados nas profundas dos infernos. Gênio).

Já o membro novato, o baterista Jean Dolabella, mostrou serviço, espancando suas peles sem dó e com muita técnica, emulando bem o estilo impiedoso do ex-batera Ígor Cavellera.

Clássico após clássico, o público ia se acabando na frente da banda, enquanto o resto do povo assistia embasbacado ao massacre – no palco e fora dele: Desperate Cry, Dead Embryonic Cells, Beneath The Remains, War for Territory, Arise e o cover de Orgasmatron, do Motorhead.

Depois dessa leva, saíram do palco. Retornaram cinco minutos depois, trazendo consigo Jairo Guedz, guitarrista que, em 1984, foi um dos fundadores do Sepultura em Belo Horizonte, com o baixista Paulo Jr. e os irmãos Cavallera.

Visivelmente satisfeito por tocar na Concha diante de uma turba enlouquecida, detonou com a banda pedradas da primeira fase do Sepultura, como Necromancer e Troops of Doom. Depois de um cover instantâneo de Blitzkrieg Bop (Ramones), os cinco encerraram o show com o hit Roots.

Sepultura continua sendo o melhor do metal brazuca!

pra recordar:

Um comentário:

  1. Bem que poderia ter mais um comentario do Blazer...realmente foi uma semana atipica em Salvador!

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