
Desde a volta do Black Sabbath com a formação dos já clássicos Heaven and Hell, Mobby Rules e Dehumanaizer, era óbvio que tão logo seríamos brindados com um novo álbum de inéditas daqueles que são uma referência para todos os adoradores do metal mundial. Se em 2007 já pudemos sentir esse gostinho com o lançamento da compilação The Dio Years,
"The Devil You Know", com lançamento previsto para 28 de abril de 2008, pode ser visto como uma luz no fim do túnel para aqueles que estão à espera de um grande álbum para essa década. Sem parecer datado, o quarteto que aqui atende pelo nome de Heaven and Hell, ressucita os melhores momentos da fusão do hard rock com o heavy metal, flertando com o que alguns rotulam de Doom Metal. Sobra originalidade e competência para esses músicos que dispensam qualquer apresentação. Melancólico, sombrio, macabro - boas definições para a sequência que se instala ao ouvirmos The Devil You Know. É impressionante como o Dio consegue cantar com maestria e identidade e, também, é assustador o quanto Tony Iommi, Geezer Butler e Vinnie Apice destilam riffs, armonias e batidas sólidas que compõem um excelente álbum que, com toda a certeza, cairá nas graças do fiel público do bom e velho Black Sabbath.
1. Aton & Evil - Uma música para mostrar ao que veio... um doom arrastado, com riffs ao bom estilo Sabbath com Dio. Lembra muito os melhores momentos das macabras músicas que o Sabbath compôs durante os seus primeiro anos. Como o baixinho Ronnie James Dio está cantando!
2. Fear - Um início com um riff moderno ao melhor estilo doom, seguindo a linha sombria e maléfica desse quarteto. Em Fear temos mais um solo inspirado de Tony Iommi e Dio parece estar cantando em algum lugar de 1980. É impressionante como o tempo somente melhorou a voz dele! Salta aos olhos a qualidade do ábum com riffs recheados e gordos, dando intensidade às músicas e guitarras compostas de várias camadas.
3. Bible Black - Essa já circulava pela internet e pelo visto será usada como música de trabalho do álbum. Com uma introdução fantástica de violão e voz, muito na linha do álbum Heaven and Hell (1980), tem tudo para emplacar como hit da banda. "You're reading from the Bible Black" (você está lendo a partir da Bíblia Negra) brava a voz de Dio em determinado momento da composição. Bible Black surge como o primeiro ponto do álbum que lhe confere sentido histórico e marcante. Ela é o que esperávamos dessa RE-união, solos marcantes, música intensa e originalidade.
4. Double the Pain - Com uma introdução de baixo e um riff transbordando excelente modernidade, essa música pode ser explicada como um misto da guitarra de Iommi com os trabalhos solos do Geezer no GZR. Um hard rock ao bom estilo do que foi melhor produzido na década de 90, melancólico e nervoso sem parecer datado. Uma música com a cara do Gezzer Butler.
5. Rock and Roll Angel - mais uma na linha hard melancólica, chegando a lembrar os melhores momentos de guitarristas como Jerry Contrell no Alice in Chains, Mike Hickey e Gary Jenning no Cathedral, Tom Morello no RATM, provando ser Tony Iommi uma referência rifeira para todos os bons guitarristas na ativa. Em determinado momento vem a calmaria com um solo matador para voltar quebrando tudo. Sombrio! O final é surpreendente com um arranjo acústico e um solo ao melhor estilo do violão clássico.
6. The Turn of the Screw - Mais um riff inicial ao bom estilo Sabbath com Dio. Um hard na linha oitentista sem parecer datado, outro momento marcante do álbum. Essa é uma música do Heaven and Hell que todo mundo queria ouvir, matadora!
7. Eating the Cannibals - Comendo os canibais brada Ronnie Dio ao refrão da música! Pegada bluseira com a cara do heavy metal dos 80's. Ao bom estilo TV Crime e Neon Knight, o que prova que eles tem ainda muita pegada. Cabe ressaltar: que vocalização do Dio!
8. Follow the Tears - Essa intro parece a preparação para um ritual de sabbath, a trilha sonora para um rito de magia negra. Follow the Tears talvez seja a mais Sabbath de todas as músicas do álbum e disputa para ser uma das melhores composições da história deste quarteto. Sobra originalidade na guitarra de Tony Iommi, mostrando todo o legado desse guitar hero para a história do rock.
9. Neverwhere - mais uma música que parece ter saído do Mobby Rules ou do Heaven and Hell. Pegada e inspiração. A essa altura você já está sentindo uma angústia terrível provocada pelo clima sombrio do álbum e também pelo sentimento de que está tudo acabando...
10 Breaking Into Heaven - My god, que final arrasador! Essa é daquelas músicas que só nos primeiros três segundos você ja sabe que é Sabbath com Dio. Por mais de seis minutos ouvimos aqui uma síntese da união de Dio, Iommi, Butler e Apice, provando ser essa a melhor banda na ativa da chamada geração dinossaura do rock.
Sem enrolação, um álbum digno do nome e da história do bom e velho Black Sabbath. Indispensável e estaziante. Nota 10!
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