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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ranquiando os líderes!


Acordei pensando no Helloween... e fico pensando como eles substituiram vários ídolos da minha adolescência por sempre manterem-se fiéis aos fãs e a inovação no meio heavy metal.
Tentei lembrar de cada álbum e pensar qual seria o melhor... o resultado foi uma revistada em toda a trajetória da banda.

Walls of Jericho (1985) - A história da banda alemã se confunde com a própria história do chamado speed metal e do heavy metal melódico, que viriam por sua vez a gerar outros sub-estilos, tais como o prog metal. A Sanctuary, que vem relançando vários CDs de diversas bandas em luxuosas edições remasterizadas e recheadas de material inédito, nos brindou com toda a discografia do Helloween. “Walls Of Jericho” é o primeiro lançamento desta leva.
Este continha também uma seleção de faixas que fizeram história e influenciaram dezenas de bandas nos anos seguintes: “Ride The Sky”, “Reptile”, “Guardian”, “Phantoms of Death”, “Gorgar” e a excelente “How Many Tears”, que fechava o disco com chave de ouro. O estilo da banda, baseado em rápidos riffs de guitarra e linhas de bateria idem, com um som pesado porém bastante melódico, acabou sendo definido como speed metal. As guitarras ora duelando, ora solando separadamente, eram influência tanto do Iron Maiden, na época já uma das bandas de heavy metal mais populares do planeta, quanto de bandas mais antigas como o Thin Lizzy e o Wishbone Ash. Um início triunfal... nota 9.3

Keeper of the Seven Keys I (1987) - Estamos em 1987 e o time original do Helloween, formado pelo guitarrista Kai Hansen (que até então acumulava a função de vocalista principal), o também guitarrista Michael Weikath, o baterista Ingo Schwichtenberg, e o baixista Markus Grosskopf, é acrescido da entrada de Kiske. Daí pra diante todo mundo sabe no que deu... Um triunfal e clássico lançamento que arrebatou fãs e crítica.
O início empolgante com “I’m Alive”, quebrando tudo para todos os lados, segue-se “A Little Time”, primeira colaboração de Kiske com a banda. Kiske, por sinal, mostra que não estava para brincadeiras na balada “A Tale That Wasn’t Right”, que marcou época e influenciou dezenas de outras bandas e vocalistas. “Future World”, e seu refrão contagiante, se tornou um “must” em shows, embora sua letra seja na realidade bem boba. Mas o melhor ficou para o final: a música “Halloween”, certamente a melhor deste disco e muito possivelmente a melhor de toda a carreira do grupo. Um épico de mais de 13 – muito bem aproveitados – minutos! Misture tudo: variações de climas; riffs certeiros; solos inspirados de ambos guitarristas, se revezando ou tocando juntos; vocais mais uma vez impressionantemente maduros de Kiske; composição criativa, arranjo perfeito e produção idem. Ou seja, a fórmula de uma música perfeita. nota 11!!!

Keeper of the Seven Keys II (1988) - Michael Weikath, que no disco anterior pouco contribuiu com composições, neste novo por outro lado estava com a corda toda. Clássicos da banda até hoje, suas músicas “Eagle Fly Free”, “Rise And Fall”, “Dr. Stein” e a longa “Keeper Of The Seven Keys” mostravam que sua inspiração havia retornado a todo vapor. Grandes melodias, refrãos inesquecíveis, e os indefectíveis solos dobrados de guitarra dele e de Kai. A faixa-título, com seus mais de 13 minutos de duração e vários climas diferentes, parecia uma resposta à faixa “Halloween”, nos mesmos moldes, que fez parte do disco anterior e havia sido composta por Kai. As preferências do público entre as duas dividem-se até hoje (eu particularmente ainda prefiro “Halloween”). Nota 11.1!!!

Pink Bubbles go Ape (1991) - após os dois consagrados discos da saga “Keeper Of The Seven Keys”, e com a difícil missão de não apenas sucedê-los mas também tendo que substituir o guitarrista Kai Hansen, que havia saído para formar o Gamma Ray, o Helloween levou cerca de 3 anos para compor e gravar seu novo disco, que até hoje gera polêmica entre os fãs.
Há músicas bem no estilão clássico do Helloween, como a excelente “Kids Of The Century” e também “Mankind”, por exemplo. Mas o que se vê nesse disco era uma mudança de rumo da banda, com um som mais direto e mais comercial, tentando atingir mais sucesso ainda que nos álbuns predecessores (o que acabou não ocorrendo, muito pelo contrário).

É fácil de se notar em músicas como “Back On The Streets” e “Number One” que a proposta era de fato outra, algo como um mix de hard rock com heavy metal, e não o speed metal melódico de outrora. Mesmo assim, algumas músicas se destacam, tais como as já citadas “Kids Of The Century” e “Mankind”, bem como “Goin’ Home”, de Kiske, que possui ótimos solos de guitarra e até de baixo, e “Someone’s Crying” e “The Chance”, ambas de Grapow, intrigantemente similares (até certo ponto) ao material antigo da banda. Em “Someone’s Crying” é digna de nota a bateria caótica (no bom sentido) de Schwichtenberg. Fechando o disco, uma inusitada balada de Kiske, “Your Turn”, uma boa música mas certamente uma forte indicação de que o grupo seguiria novos caminhos no disco a seguir.
nota 8

Chameleon (1992) - o disco “Chameleon” apresentou novos caminhos naquele momento especial da carreira da banda, com longas músicas não necessariamente presas a estilos, mas o destino reservava uma brusca ruptura à frente, com as saídas de Michael Kiske (que seguiria carreira solo) e de Ingo Schwichtenberg (que viria tristemente a se suicidar). No entanto, um retorno ao peso desejado pelos fãs mais antigos era planejado pelo destino para o próximo lançamento... nota 8

Master of the Rings (1994) - em 1993 o Helloween vivia um hiato: “Chameleon”, embora seja um bom CD, não foi bem recebido. O contrato com a gravadora EMI foi rompido, e de lambuja a banda perdeu Ingo Swichthrenberg (batera), que lutava conta as drogas e problemas crônicos de saúde, e o vocalista Michael Kiske, a voz da banda, por divergências pessoais. O futuro parecia negro para a abóbora mais quente do metal, até que foram anunciadas as entradas de Uli Kusch (ex-Gamma Ray, e que segundo consta saiu por ter traçado a então esposa de Kai Hansen) e o vocalista Andi Deris (Pink Cream 69).
De cara vamos parar com qualquer comparação entre Deris e Kiske. Não há como estabelecer parâmetros para tal. Deris é um cantor de hard, com voz bem mais rasgada, enquanto que Kiske é especialista em heavy metal, com agudos potentes. Logo, não tem o que comparar entre os dois. Uli é um bom baterista e substituiu Ingo com méritos. Partindo desses preceitos, podemos dizer que o Helloween voltou com tudo, num álbum que ainda trazia parte dos experimentos hard/pop de outrora, mas desta vez movidos a fortes riffs (a dupla Weikath/Grapow vivia seu ápice de inspiração).
A intro “Irritation (Weik Etitude 112 In C)” já tirava um sarro das famosas intros que o Helloween usava e abusava nos “Keepers” (olhem as similaridades), abrindo espaço para a pancadaria de “Sole Survivor” e “Where The Rain Grows”. Riffs com garra, vocais fortes e solos majestosos davam a tônica de uma banda que precisava se re-erguer. “Why?” seria a pérola hard trazida por Andi Deris, música fácil, assimilável e agradabilíssima (deveria ter sido single), seguida pela climática “Mr. Ego (Take Me Down)” (obra prima de Grapow) e a pop “Perfect Gentleman” (para muitos a “Dr. Stein” do CD).

O típico power/speed do Helloween voltava com tudo nas ótimas “The Game Is On” e “Still We Go” (uma afirmação de que a banda estava com tudo), enquanto “Secret Alibi” e a balada “In The Middle Of A Heartbeat” remetiam ao lado mais hard/pop. Quando a Deris e Kusch, os caras arrebentaram, com performances de alto nível, o que elevou a força da banda. Nota 9.5

The Time of the Oath (1996) - Talvez o disco definitivo da era Andi Deris, "The Time of The Oath" foi lançado cercado de muita expectativa. A banda acabava de reconquistar o status e o respeito dos fãs e crítica e entrava em uma fase em que tudo parecia dar certo.
ais pesado que seu antecessor, o disco abre com a rápida “We Burn”, uma composição de Andi Deris que foge bastante do seu estilo convencional. “Steel Tormentor” é a faixa Judas Priest do disco, bem calcada no heavy tradicional. “Wake Up The Mountain” é a estréia de Uli Kusch assinando uma música do Helloween, sem decepcionar. Mas é “Power” o primeiro grande destaque, clássico absoluto e talvez a música mais importante da nova fase da banda.

Passando pela dispensável “Forever And One (Neverland)”, vem o segundo merecido destaque, a porrada “Before The War” (as duas compostas por Deris e totalmente diferentes entre si). “A Million To One” mantém o nível, mas é prejudicada em sua sequência, já que “Anything My Mama Don’t Like” é de longe o pior momento do CD e parece totalmente deslocada do resto das faixas.

A sequência final é matadora: a maravilhosa “Kings Will Be Kings”, a épica “Mission Motherland”, a bonita “If I Knew” e a homônima “The Time Of The Oath” (a única escrita por Roland Grapow, em parceria com Andi Deris) mostram todo o potêncial da banda em 1996, em um dos seus maiores picos de criatividade. Nota 10!

Better Than Raw (1998) - Continuando a ótima fase iniciada em "Master of The Rings" e "The Time of The Oath", o Helloween partiu para uma sonoridade um pouco diferente, incorporando elementos mais modernos e soando um pouco mais agressivo. Nada que alterasse completamente o estilo da banda, mas o caminho que iria resultar no controverso "The Dark Ride", lançado dois anos depois e renegado até hoje pelos membros remanescentes, já era apontado.

Surpreendentemente, pela primeira vez Roland Grapow não participou de nenhuma composição, o que gerou indagações por parte dos fãs. Uli Kusch foi o destaque, compondo quatro novas músicas, inclusive a bela introdução “Deliberately Limited Preliminary Prelude Period in Z”, que abre os trabalhos e de cara já mostra um Helloween bem mais pesado com “Push”, também composta pelo baterista. “Falling Higher” é uma das melhores, com um grande refrão e melodias que remetem ao som clássico dos alemães. “Hey Lord” e “Don’t Spit On My Mind” são as mais dispensáveis e quebram um pouco o clima do excelente começo, enquanto “Revelation”, novamente assinada por Kusch, mostra mais uma vez a vertente pesada da banda.

“Time” é uma música lenta, com algumas influências “floydianas”, que também foge do estilo usual do Helloween, mas agrada. “I Can” foi o primeiro single e conseguiu relativo sucesso na época, com um refrão pegajoso e uma pegada mais acessível. A trinca final é excelente: “Handful Of Pain” traz novos elementos, principalmente na linha vocal de Andi Deris e nos arranjos de teclado, “Lavdate Dominvm” é cantada em latim, traz grandes melodias, e é, junto com a épica “Midnight Sun” (com mais de 6 minutos de duração), o maior destaque de Better Than Raw. As duas últimas, compostas por Michael Weikath, são as obras-primas do álbum e conseguem sintetizar a real essência da banda. Nota 9.2

Dark Ride (2001) - realmente difícil fazer um review desse álbum. Depois do maravilhoso "Better Than Raw" muitos se perguntaram como o Helloween iria se superar. Bem, não dá pra dizer que "The Dark Ride" respondeu exatamente a essa pergunta. O fato é que o estilo da banda nesse álbum deu uma guinada meio inesperada.

Nos últimos anos houve um boom no surgimento de novas bandas de power metal, quase todas com inspiração no Helloween oitentista, com vocalistas no estilo Kiske. O novo trabalho do Helloween foi surpreendente, para não dizer agradável.

Para começar, tanto o conceito como o feeling do álbum estão muito mais "dark" e sinistros. Em grande parte das músicas, as guitarras estão mais pesadas, os riffs mais lentos e graves. A melodia que sempre caracterizou os álbuns da banda estão menos claras nesse álbum. Pode-se ver o reflexo disso nas letras, bem mais sombrias e depressivas que o habitual.

Obviamente, há ainda aquele power metal de sempre e algumas letras alegres, mas, ratificando, esse álbum é bem diferente. Felizmente, quase todas as diferenças são para melhor. Há de se admirar a capacidade do Helloween de permanecer original em meio a um estilo que ultimamente cresce cada vez mais. Até o Gamma Ray caiu na mesmice com o "Powerplant", embora não tenha perdido qualidade.

O fato é que tem muito fã (principalmente os da fase Kiske), que podem não gostar do novo estilo, mas na maioria das músicas é possível abrir um pouco a mente e perceber o quanto são boas. Eu diria que o fã mais conservador dificilmente vai gostar à primeira escutada. É preciso entender antes. Mas qualquer um que ouça tem que convir com uma coisa: a produção está perfeita! Espero que Roy Z produza todos os álbuns do Helloween de agora em diante. A mixagem está perfeitamente equilibrada, todos os instrumentos perfeitamente audíveis.

As características principais desse álbum são, sem dúvida, a agressividade "dark", o uso muito mais forte de teclados, ajudando a criar a atmosfera soturna, e os riffs mais "gordos". Os solos monumentais diminuíram um pouco, dando lugar aos solos mais sucintos, mais hard rock. Aliás, as músicas em si estão bem mais sucintas, sem frescura, indo "direto ao ponto". Dá pra dizer que sem dúvida é um dos melhores álbuns da fase Deris. Mas para a maioria vai demorar um pouco a perceber isso. Nota 9.5

Rabbit Don't Come Easy (2003) - Helloween meio que entrou numa “crise” no final da tour do disco “The Dark Ride”, quando Andi Deris teve que abandonar os últimos shows no México, por causa de uma doença. Após isso, foi anunciada a saída de Roland Grapow (guitarra) e Uli Kusch (bateria). A banda passou um bom tempo procurando por novos membros até que anunciaram Mark Cross (ex-Metalium), que alguns meses depois teve que abandonar as baquetas do grupo por ter ficado muito doente. Mas parece que todos esses acontecimentos serviram como fonte de inspiração e fizeram com que a banda alemã buscasse forças para fazer um disco marcante.

Em “Rabbit Don’t Come Easy”, o Helloween contou com uma coleção de bateristas. Mark Cross chegou a gravar duas faixas antes de ficar doente, enquanto a grande parte das músicas ficaram por conta de Mikkey Dee (Mothorhead). Já os b-sides foram gravados pelo novo baterista da banda, Stefan Schwarzmann. Além disso, desta vez o Helloween gravava e os fãs podiam assistir a tudo pela internet, diretamente da câmera do estúdio Mi Sueño. Charlie Bauerfeind que produziu o álbum era o “personagem” principal do “Big Brother Helloween”, já que ele estava na frente da webcam 80% das vezes, trabalhando na produção.

O que marca nesse álbum é um retorno ao estilo do Helloween... aquele velho estilo “Happy happy Helloween”, que fora esquecido no “The Dark Ride”. A escolha do single desta vez surpreendeu muito, pois deixaram de lado as canções comerciais e escolheram uma bem pesada - “Just A Little Sign”. Interessante lembrar que desta vez, não colocaram uma introdução no disco. A porrada começa direto, sem nenhum prelúdio. A faixa de abertura é um power melódico de boa qualidade que nos faz pensar: “Pra que escutar as cópias se eu posso escutar a banda original?”. Sascha Gerstner, o novo guitarrista do grupo, que teve uma certa rejeição por parte dos fãs no início, provou ter sido uma boa escolha. Além de demonstrar uma técnica apurada nas seis cordas, Gerstner ainda criou duas músicas: “Open Your Life” e “Listen To The Flies”, que não fugiram do padrão do Helloween.

Michael Weikath foi responsável por três músicas: “The Tune” que preserva aquelas melodias alegres do Helloween, no estilo de “Living Ain’t No Crime” ou “Shit and Lobsters”, “Do You Fell Good”, que é bem pesada e a fantástica “Nothing To Say”, que tem um pré-refrão que mais se parece um reggae (!!!)... mas não pensem que o Helloween se perdeu, pois apesar da parte de “reggae” (que é interessante) a música é fantástica, cheia de passagens distintas, como paradas climáticas, trechos lentos e até sapos no final, que foram gravados do lado de fora do estúdio, em Tenerife.

Markus Grosskopf que não teve nenhuma composição no álbum anterior (apenas com b-sides), desta vez presenteou os fãs com duas obras fantásticas: “Liar” que lembra até “Reptile” do álbum “Walls Of Jericho” em alguns trechos e “Hell Was Made In Heaven” outra composição com cara de Helloween, cheia de peso e riffs marcantes. Andi Deris, que já se tornou o compositor principal do Helloween, além de ter feito a “Just Little Sign”, ainda criou a “Never Be A Star” que é mais cadenciada, a balada “Don’t Stop Being Crazy” e a interessante “Back Against The Wall” que é bem climática, com um refrão marcante e em alguns trechos, lembra algumas músicas do trabalho solo dele, “Done By Mirrors”.

Quem achava que os problemas vivenciados pelo Helloween nesses últimos anos iriam prejudicar a performance da banda, enganou-se completamente. A banda tirou (com certa dificuldade) o coelho da cartola e colocou nas prateleiras um disco que agradou em cheio os seus fãs. Nota 9.6


Keeper of the Seven Keys (Legacy) 2005 - Com a desaprovação de Kai Hansen, e sem Michael Kiske (que renegou o metal, segundo dizem... tantas participações em CDs de metal só podem ser por grana então), a banda soltou este CD, duplo, que a Hellion teve a manha de lançar num belíssimo “digipack”. Graficamente, o CD segue a tendência já definida no seu antecessor, o bom “Rabbit Don´t Come Easy” (capa com trabalhos computadorizados, livreto muito bem trabalhado). Porém eu vos pergunto: seria este CD uma tentativa de atrair os holofotes de volta para a banda, já que o anterior, apesar de muito bom, não teve o sucesso esperado?

A julgar por “King For a 1000 Years” (com seus 14 minutos lotados de riffs, mudanças de andamento, partes “speed” e partes pesadas – quase uma “Halloween Revisited”) os caras resolveram pegar tudo o que já fizeram e tacar num caldeirão, resultando num CD interessante, mas pouco inovador, a princípio. “Invisible Man” poderia ter sido gravada no CD “Better Than Raw” (com destaque para o solo matador de Markus no baixo e a performance do batera estreante Dani Loble), enquanto que “Born On Judgement Day” traz de volta o “speed” alucinante do “debut” “Walls of Jericho”. “Pleasure Drone” poderia bem ser comparada a “A Little Time” (do “Keeper I”) e “Mrs.God” responde pelo momento mais “pop” do CD. Suave, simples e quase infantil, tende a ser injustamente comparada a “Dr. Stein” (muito superior, e cuja letra é realmente criativa). O primeiro CD é encerrado com “Silent Rain”, um Helloween mais hard-rock tipicamente Andi Deris, que por sinal varia vocais, experimenta efeitos e tem neste CD uma performance mais que fantástica.

Mas quando tudo parece dar certo, ai que vem o perigo...o disco tem seus altos e baixos e peca por não inovar. As guitarras soando modernas e pesadas, num dos melhores trabalhos da dupla Weikath/Gestner. “Light the Universe” traz um interessante dueto com Candice Night (a gostosona que além de ser bonita canta horrores e só tem um defeito: é casada com Ritchie Blackmore), numa música “mezzo” lenta “mezzo” pesada de muito bom gosto. Os bons momentos continuam na cadenciada e pesada “Do You Know What You Are Looking For”, na modernosa (alguns efeitos eletrônicos dão o ar da graça, na faixa mais experimental do CD) “Come Alive”, na totalmente hard “Get It Up” (com passagens empolgantes e cativantes... uma das melhores do CD), aonde Deris revive seus tempos como vocal do Pink Cream 69 e encerra-se com a épica “My Life For One More Day”. Este CD 2 vale o pacote, sendo este um dos mais inteligentes e empolgantes CD´s que o Helloween fase Andi Deris já produziu. Nota 9.2

Gambling With the Devil (2007) - “Crack The Riddle” é a famosa “intro” curta, com vocais narrados de Biff Byford, seguida pela pesada “Kill It”, que remete a “Push” (do ótimo “Better Than Raw”). Este é o Helloween com Andi Deris, pesado, com melodia, e com o mesmo forçando a voz a tons muito altos (será que ele consegue fazer isso ao vivo?). “The Saints” é a tradicional faixa “speed” do Helloween, com ritmo pesado, boas guitarras (Sascha e Michael Weikath chegam até a retomar com sucesso os duelos de guitarra do passado), seguida da hard “As Long As I Fall” (primeiro vídeo): simples, leve e interessante. Como é bom ver que o Helloween está novamente fazendo o que faz de melhor em sua nova fase.

Alguns momentos soam bem agressivos como “Paint A New World”, a cadenciada “The Bells Of Seven Hells” (com Andi fazendo vocais muito fortes) e a speed “Dreambound”. Momentos aonde a banda flerta com o hard com ótimo resultado podem ser ouvidos em “Final Fortune” (sensacional, ritmo magnífico), a boa “Fallen To Pieces” (quase um épico) e a hard “IME” (ou I Am Me). A tradicional e melódica “Heaven Tells No Lies” encerra um CD aonde não podem ser apontados destaques, pois todas as faixas mantém um ótimo nível, e a banda demonstra entrosamento e talento acima da média (principalmente Sascha, que finalmente mostra seu talento).

Um grande CD, um trabalho que só destaca e ratifica a importância do Helloween para o heavy metal, e que monstra que estes alemães não precisam olhar para trás para fazerem grandes CD´s, basta apenas colocar seu talento a prova. Nota 10!

Bom, vou deixando este post com a cabeça cheia de riffs e refrões de alto nível. Uma carreira brilhante cheia de amor aos fãs e ao metal!
Mas vou postar uma música que nem de perto é heavy, mas mostra o quanto o Helloween é bom!

Don't Stop Being Crazy do excelente Rabbit don't come easy!

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